Perfil da Vítima

 

Neste artigo a autora Michele Engelke se refere às filhas de mães narcisistas.

O perfil da vítima de abuso narcisista é condizente com o de uma vítima de abuso psicológico/emocional. A seguir você encontrará uma lista completa das caraterísticas do perfil da vítima de   abuso narcisista:

  1. É insegura: tem dificuldade de confiar plenamente em suas próprias habilidades e talentos ou é receosa de ter fé em si mesma, necessitando de confirmação externa mesmo quando experiente ou possuindo um nível de conhecimento tanto geral como especializado acurado.
  2. Sente-se mais confortável em acobertar do que admitir erros de julgamento e/ou vulnerabilidades.
  3. Sente-se responsável por como a mãe se sente e culpada e envergonhada quando não consegue corresponder às vontades e necessidades dela.
  4. Tem baixa autoestima: não consegue se amar incondicionalmente, mas somente quando bem-sucedida e/ou acompanhada e/ou com uma aparência impecável.
  5. Tem dificuldade de confiar nas outras pessoas, principalmente quando envolvida emocional e afetivamente com estas.
  6. Acredita ser seu dever cuidar do bem-estar da mãe independente de como é tratada, ou do impacto negativo que o comportamento e as exigências desta causem em sua vida.
  7. Sente-se eternamente impotente em face do temperamento inflexível e a atitude irracional e injusta da mãe.
  8. É ansiosa: está sempre alerta para mudanças repentinas de humor e episódios de desentendimentos com a mãe.
  9. Nunca consegue ser ouvida ou fazer valer suas opiniões quando tenta argumentar com a mãe.
  10. Sente-se culpada pelas escolhas errôneas e pela suposta falta de sucesso na vida da mãe.
  11. Normaliza o próprio sofrimento e justifica o abuso sofrido para si mesma e para os outros defendendo-o ou o aceitando-o como “normal”.
  12. Sonha com o dia em que “tudo vai mudar” – quando conseguirá ter um relacionamento de amor e respeito com a própria mãe.
  13. Sente-se culpada por não ser amada pela própria mãe.
  14. Acredita-se tutelada pelo amor da própria mãe.
  15. Quando se sentindo desolada e incompreendida, pensa em “desistir de tudo” e/ou contempla o suicídio.
  16. Usa da sabedoria do senso comum para se convencer de suas supostas responsabilidades de filha, enquanto opta por negligenciar completamente seus próprios direitos.
  17. Acredita que é de fato “quebrada”.
  18. Dissocia-se do momento e se torna emocionalmente dormente quando muito triste ou magoada.
  19. Se automedica com comida, bebidas alcóolicas e/ou drogas para relaxar, sentir-se normal ou para curtir o momento.
  20. Tem fobia de cometer erros.
  21. Tem fobia de crítica.
  22. Está sempre tentando agradar a tudo e a todos.
  23. Exibe atitudes extremas diante de figuras de autoridade: quando não os(as) rejeita completamente é puxa-saco, comporta-se como subalterna ou de maneira infantil.
  24. Quando se refere à mãe, ou a momentos passados com ela, usa “tenho/tive que” com grande frequência.
  25. Acredita ser inferior à mãe.
  26. Não aceita ou tenta reprimir sentimentos antagônicos a todo custo.
  27. Coloca os interesses da mãe na frente dos seus.
  28. Coloca o bem-estar da mãe na frente do seu.
  29. Tem problemas de identidade: não sabe quem é ou tem receio de ser e agir de forma genuína e sem culpa.
  30. Tem dificuldades de se imaginar como uma entidade autônoma e independente da mãe.
  31. Tem dificuldades de se visualizar como mulher adulta e competente.
  32. Usa os pareceres egoístas, comentários maldosos e críticas desabonadoras da mãe como guia de comportamento.
  33. Acredita não ser boa o suficiente.
  34. Acredita ser seu dever preservar o relacionamento com a mãe, mesmo quando emocional e psicologicamente esgotada pela sua influência maligna.
  35. Está sempre cuidando dos outros ou envolvida com problemas alheios.
  36. Recusa-se a pedir ajuda.
  37. Sente-se inadequada ou desconfia do mérito de seu próprio sucesso.
  38. Sente-se desconfortável em compartilhar de seu sofrimento, pois acredita não ser digna da atenção e/ou preocupação de ninguém.
  39. Recusa-se a conversar abertamente sobre o problema da mãe por medo de ser rejeitada ou acusada de filha desnaturada.
  40. Permite ser enganada, controlada e tratada com desrespeito pela mãe.
  41. Faz o que pode para não chamar mais a atenção do que a mãe quando ao lado dela para que esta não se sinta ameaçada.
  42. Sente-se forçada a reconhecer a superioridade da mãe mesmo quando não acredita nela.
  43. Tem o hábito de intelectualizar o comportamento da mãe e racionalizar o próprio sofrimento.
  44. Comporta-se como criança ao lado da mãe.
  45. Sente-se inadequada e falsa ao lado da mãe.
  46. Esforça-se por acreditar e se recusa a questionar as mentiras e desculpas da mãe de maneira adulta, objetiva e racional.
  47. Mascara o próprio sofrimento e caos interno para emanar uma aura de equilíbrio e controle, principalmente na frente da mãe.
  48. Preocupa-se com o que a mãe pensa e acomoda suas escolhas para irem ao encontro das preferências dela.
  49. É intelectualmente capaz de avaliar a atitude imprópria da mãe, mas não emocionalmente.
  50. Sofre de depressão, tem ataques de pânico e exibe sintomas de transtorno de estresse pós-traumático.
  51. Faz o que a mãe acha que é certo, mesmo quando não corresponde ao que quer para si.
  52. Acredita que deve “honrar pai e mãe” e que “família está acima de tudo”, independente do impacto desastroso que tais absolutos produzem na sua autoestima, assim como no seu bem-estar físico, emocional e psicológico.
  53. Sente-se vazia e perdida, como se não tivesse lugar no mundo.
  54. Preocupa-se com que os outros pensam.
  55. Não sabe distinguir quando está sendo usada e abusada psicologicamente.
  56. Seus atos seguidamente não correspondem ao que pensa e/ou sente.
  57. Gostaria de ter coragem para mudar, mas não sabe como e/ou se é verdadeiramente possível.
  58. Sente-se frustrada e decepcionada consigo mesma com grande frequência por não conseguir se autoafirmar, seja diante da própria mãe ou de outras pessoas.
  59. Não consegue impor tampouco manter seus próprios limites.
  60. Tem problemas de relacionamento, de encontrar parceiros ou manter relacionamentos saudáveis.
  61. É perfeccionista e intolerante consigo mesma, sofre com a autocrítica e passa longos períodos de tempo com ruminações improdutivas.
  62. Trata a si mesma pior do que trataria um inimigo.
  63. Confunde “ajudar” com “se sacrificar” pelos outros, principalmente quando o outro é a mãe.
  64. Acha difícil de se realizar no campo profissional.
  65. Tem problemas de manter a autodisciplina: muda de opinião ou abre mão de seus planos e objetivos para satisfazer os interesses da mãe ou das outras pessoas.
  66. Protela decisões importantes por não confiar o suficiente em si mesma e na sua habilidade de mudar a própria vida para melhor.
  67. Sente-se desconfortável em agir de forma autêntica quando seus interesses diferem dos de sua mãe.
  68. Tem medo de não ser aceita pelos outros.
  69. Não valoriza suas próprias conquistas, ou não acredita em elogios ou avalições positivas.
  70. Tenta se convencer de que “paus e pedras podem quebrar meus ossos, mas palavras não me machucam”, enquanto se sente destruída pelos ataques verbais gratuitos de sua mãe narcisista e psicologicamente transtornada.

 

Por Michele Engelke, autora do livro: Prisioneiras do Espelho, Um Guia de Liberdade Pessoal para Filhas de Mães Narcisistas.
Fonte: https://filhasdemaesnarcisistas.com.br/perfil-da-vitima-abuso-narcisista/